Orientações e o que você deveria saber sobre Anticoagulação Oral

Postado em: 20/09/2016

A anticoagulação oral é o tratamento que alguns pacientes realizam para tornar o seu sangue um pouco mais fluido. O nosso organismo possui uma propriedade de estancar o sangramento através da formação de coágulos, que têm por função impedir que ocorra uma hemorragia.
Nas situações normais do dia a dia, os coágulos sanguíneos são extremamente benéficos para a saúde. O problema ocorre quando os coágulos se formam em situações indesejadas, obstruindo vasos sanguíneos (no cérebro, pulmão e pernas) ou próteses e válvulas dentro do coração, prejudicando a circulação do sangue, o que pode levar a morte.

O medicamento anticoagulante mais utilizado é aquele que tem na sua fórmula a varfarina, que evita a formação de coágulos sanguíneos. A dose da varfarina capaz de tornar o seu sangue “anti coagulado” deve ser reajustada periodicamente pelo seu médico por meio da dosagem sanguínea do TAP e do INR. Rotineiramente, este exame deve ser feito 1 dia antes da sua consulta médica periódica, da mesma forma que os outros exames de sangue, de modo que você tenha o resultado em mãos no dia da consulta. Você também necessitará realizar esse exame em caráter de urgência, quando houver suspeita de que a dose do seu medicamento está errada, principalmente quando ocorre sangramento da gengiva ou na urina. Nos casos de exame de urgência não há necessidade de jejum prévio. Recomendamos realizar o exame sempre no mesmo laboratório, para evitar que ocorram pequenas variações de resultado.

Você também deve precaver-se contra machucados, usar luvas quando manipular objetos cortantes ou perfurantes e evitar esportes radicais e de impacto físico.
Recomendo sempre tomar o anticoagulante oral no mesmo horário, de preferência, em torno das 18 horas. Não há uma dose pré-estabelecida. Cada paciente terá a sua dose diária individualizada conforme a ação do anticoagulante sobre seu organismo, verificada através do exame de TAP e INR.

No caso de esquecimento, se você se lembrar no mesmo dia, tome a sua dose de anticoagulante oral imediatamente. Se a lembrança ocorrer somente no dia seguinte, não tome dose dupla para compensar o esquecimento do dia anterior. Após alguns dias sem tomar o anticoagulante oral, o seu reinício deverá ser feito após um novo exame de TAP e INR para conhecer o valor atual. A seguir, a sua dose de anticoagulante oral será estabelecida conforme as novas verificações de TAP e INR.

Existem medicamentos que diminuem e outros que aumentam o efeito anticoagulante da varfarina. Você deve informar ao seu médico todos os medicamentos que utiliza, para que ele oriente quais são contra-indicados no seu caso. É boa prática que você procure sempre a palavra do seu médico se uma nova droga lhe for recomendada, para que ele veja se está na lista dos medicamentos que podem modificar o efeito anticoagulante da varfarina. Além disto, você deve ter em mente que a prática da automedicação tem um alto potencial de interação medicamentosa com o anticoagulante oral. Um exemplo são os analgésicos comuns, que contêm em sua formulação o ácido acetilsalicílico, que potencializam o efeito anticoagulante da varfarina, podendo provocar hemorragia.

Em caso de dor de cabeça ou febre, a administração de paracetamol é a mais admissível. Em consulta a qualquer especialidade médica, nunca esqueça de avisar que você está em uso de anticoagulante oral, especialmente se receber uma receita com novos medicamentos. A ação do anticoagulante oral à base da varfarina faz-se através da redução da atividade dos fatores da coagulação que dependem da vitamina K; assim sendo, há necessidade de atenção aos alimentos ricos em vitamina K. Eles não estão proibidos, mas você deve manter uma quantidade mais ou menos constante, para não apresentar níveis muito mais elevados de vitamina K em determinados dias que em outros. Em outras palavras, se você puder evitar o consumo de alimentos ricos em vitamina K, tais como: couve, chá-verde, nabo, espinafre, brócolis, alface, repolho, fígado e bucho (buchada), você estará diminuindo o efeito da alimentação sobre a anticoagulação oral.

Você não está proibido de ingerir bebida alcoólica, todavia, não deve exagerar na quantidade. Se o seu organismo receber excesso de álcool, será como se você tivesse tomado uma dose extra de anticoagulante oral e é muito provável que o valor do INR suba além do limite superior da faixa desejada; isto ocorre porque o álcool aumenta a ação anticoagulante da varfarina. Pacientes em uso de anticoagulante oral não deve exceder a dois copos de cerveja ou uma dose de uísque.

Efeitos adversos do anticoagulante oral não são comuns e incluem vermelhidão da pele, náusea, dor no abdome, dor de cabeça, diarreia e queda de cabelo. Em relação aos efeitos hemorrágicos, é útil você se fiscalizar quanto à manifestação de sangramento gengival, sangue pelo nariz, manchas roxas e sangue na urina. Qualquer efeito adverso deve ser comunicado imediatamente ao seu médico. Sempre que você necessitar realizar alguma cirurgia ou extração dentária, o seu médico deverá ser comunicado com grande antecedência para que ele prepare você para estes procedimentos. É fundamental que você informe ao seu dentista do uso de anticoagulante oral, pois, a decisão de suspender o tratamento em caso de extração dentária deve ser tomada em conjunto pelo médico e pelo dentista. O anticoagulante oral deve ser suspenso imediatamente após a confirmação da gravidez devido ao elevado risco de má formação do feto. Não há proibição expressa ao aleitamento materno perante uso de anticoagulante oral, porém isto deve ser indicado e acompanhado por médicos especialistas e com grande prática de anticoagulação.

No caso de hemorragia espontânea, comunique-se imediatamente com o seu médico. A maior probabilidade é que o nível de anticoagulação esteja acima do desejado e a conduta inclui a suspensão temporária ou redução da dose do anticoagulante, porém somente o seu médico poderá orientar a redução ou suspensão temporária do medicamento.

**Os textos publicados no site têm o objetivo de informar e não substituem a consulta médica.**

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