Entendendo a Depressão na Terceira Idade: Sintomas e Prevenção
Postado em: 12/01/2024
A depressão na terceira idade pode se manifestar de formas diferentes das mais comentadas. É fundamental se informar sobre o assunto para saber como reconhecer essa condição e lidar com ela.
Hoje vamos conversar com mais detalhes sobre o assunto, comentando exemplos de sintomas que podem ocorrer, tratamentos e dicas de prevenção. Continue a leitura para conferir!
O que é a depressão?
A depressão é uma condição médica que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Ela se manifesta de formas diferentes em cada indivíduo, de modo que seus efeitos não se limitam aos sintomas mais comentados (como a tristeza profunda).
A depressão impacta pessoas independentemente do seu contexto social ou outras circunstâncias. Ela pode se originar por variados motivos, como predisposição genética, desequilíbrios químicos cerebrais, eventos traumáticos e/ou estresse crônico.
A depressão não é “frescura”, não é “fraqueza” e não é “falta de determinação” ou coisas desse tipo. Ela precisa de cuidados adequados, assim como os problemas e doenças de saúde física.
O que é importante saber sobre a depressão na terceira idade?
A depressão na terceira idade é muito comum, mas as pessoas ainda conhecem pouco sobre ela. A seguir, trouxemos um resumo de alguns pontos importantes sobre esse assunto. Confira!
Sintomas da depressão na terceira idade
Na terceira idade, os sintomas de depressão podem ser diferentes em comparação aos sintomas mais comuns de jovens e adultos de outras faixas etárias.
Os idosos muitas vezes não relatam sentimentos de tristeza, desânimo ou falta de interesse, mesmo que estejam sentindo tudo isso e esses também possam ser efeitos de depressão.
Os sintomas de depressão na terceira idade podem ser:
Sintomas somáticos ou “no corpo”
Exemplos incluem dores no corpo, alterações gastrointestinais (como constipação, dor de estômago ou diarreia), aumento ou perda de peso sem muita razão aparente, alterações de sono (podendo haver excesso, falta ou dificuldade para dormir), palpitação, dor de cabeça frequente e tonturas, entre outros.
Sintomas cognitivos
Exemplos são falhas de memória leves, falta de atenção, lentidão de movimentos ou de reações e outras formas de declínio cognitivo.
Sintomas comportamentais
Como alterações na alimentação (para mais ou para menos), deixar de se arrumar ou se tornar “mais desleixado” (não se importando em tomar banho ou em estar sujo, entre outras possibilidades), falta de energia, apatia, irritabilidade, variações ou outras alterações de humor, sentimento ou fala de ser “pouco útil”, sentimento ou fala de não ver mais tanto sentido na vida, desânimo, não querer sair de casa, não ter mais tanto prazer ou vontade por coisas e momentos que gostava antes, isolamento e pensamentos fora da realidade (como o de estar sendo roubado, de estarem falando do indivíduo pelas costas ou de estar sendo perseguido).
A autocrítica exacerbada é uma característica igualmente significativa. Os idosos podem se sentir um fardo para suas famílias, aumentando o isolamento social.
Fatores de risco da depressão na terceira idade
Em qualquer faixa etária, a depressão pode se originar por fatores genéticos ou alterações cerebrais que não dependem de circunstâncias ambientais ou externas. Assim, qualquer pessoa pode ter depressão, mesmo que pareça que está “tudo bem” em sua vida.
Na terceira idade, porém, além dessa consideração, é importante saber que existem outros fatores de risco que podem levar a essa condição.
As alterações fisiológicas e neurológicas da terceira idade favorecem a depressão, assim como a perda de familiares e amigos, limitações físicas e déficits auditivos e visuais. O uso de certos medicamentos também pode favorecer esse quadro. A depressão na terceira idade muitas vezes se confunde com condições médicas crônicas.
Como funciona o tratamento da depressão na terceira idade?
O tratamento da depressão na terceira idade é uma abordagem multifacetada que considera as necessidades específicas de cada pessoa. Diversos métodos podem ser empregados, sendo importante saber que é possível encontrar tratamentos altamente eficazes. Confira algumas possibilidades!
Terapia
É uma opção muito importante, permitindo que os idosos tenham a escuta de um profissional e desenvolvam estratégias para enfrentar os desafios, ressignificando processos e percepções.
Antidepressivos
Antidepressivos podem ser necessários de acordo com cada caso, adaptando a escolha do medicamento e a dosagem à saúde geral do idoso. No entanto, é fundamental monitorar cuidadosamente os efeitos colaterais e a interação com outros medicamentos, com atenção especial às condições médicas preexistentes.
O geriatra, um médico especializado na terceira idade, desempenha um papel essencial no tratamento da depressão nesta fase da vida. Ele analisa a condição física, mental e social do paciente, adaptando estratégias de tratamento de acordo.
O geriatra deve colaborar com outros profissionais de saúde, como psicólogos e psiquiatras, para proporcionar uma abordagem abrangente e coordenada.
Apoio
Um dos elementos importantes é que a pessoa perceba que não está (ou que não precisa estar) sozinha. Familiares, grupos sociais ou grupos de apoio (presenciais ou online) são bons recursos.
A participação em atividades recreativas e culturais pode ser uma maneira eficaz de estimular o bem-estar emocional.
Novas propostas
Outra estratégia que pode ser muito benéfica encontrar novas propostas e alternativas. Por exemplo: se a pessoa antes gostava de correr, mas agora não consegue fazer isso, pode ser interessante encontrar outras formas de atividade física que a estimulem.
Novas alternativas e caminhos na rotina podem ser desenvolvidos, mas a depressão pode dificultar que o indivíduo tenha ações para isso. Diante desse cenário, não se deve criticar, e sim investir primeiro em outras formas de tratamento, que com o tempo podem favorecer essas ações.
Autonomia
Ao mesmo tempo em que é importante ter apoio, é indicado não impedir a pessoa de fazer aquilo que ela dá conta. A autonomia, seja em qual for a ação, é uma boa contribuição, lembrando que aqui estamos falando até mesmo de atividades que podem ser consideradas pequenas se olhadas de fora.
Como prevenir a depressão na terceira idade?
A prevenção da depressão na terceira idade pode ser feita com diferentes estratégias, como:
- Atividade Física Regular: A prática regular de exercícios físicos contribui significativamente para a saúde mental e física dos idosos;
- Vida Social Ativa: Manter ou fazer novas conexões sociais é muito valioso. Isso contribui para um ambiente de apoio emocional, reduzindo o isolamento e a solidão;
- Estímulo Cognitivo: Manter a mente ativa é interessante e benéfico na prevenção da depressão na terceira idade. Jogos, leituras, aprendizado de novas habilidades e participação em atividades intelectualmente desafiadoras são exemplos que podem ajudar;
- Alimentação Saudável: A alimentação se relacione com a saúde mental. Se alimentar de forma equilibrada, rica em nutrientes, pode influenciar positivamente o humor e a função cognitiva;
- Monitoramento da Saúde Física: Tratar e gerenciar condições de saúde física, como diabetes, hipertensão e dores crônicas, pode ter impacto positivo na prevenção da depressão, pois essas condições podem influenciar o bem-estar emocional;
- Apoio Psicológico: Participar de sessões de aconselhamento ou terapia, mesmo na ausência de sintomas depressivos, pode ser uma medida preventiva eficaz. O suporte emocional pode ajudar a lidar com desafios e estresses.
A abordagem preventiva da depressão na terceira idade deve ser holística, considerando aspectos físicos, sociais e emocionais.
A depressão na terceira idade é um assunto que precisa ser levado a sério. Sempre é possível encontrar formas eficazes de lidar com essa condição e promover o bem-estar, mas é preciso entender os sintomas e não ignorá-los, buscando ajuda adequada.
Esperamos que o conteúdo tenha ajudado. Para agendar uma consulta com o Dr. Mário, você pode entrar em contato pelo whatsapp!
Leia também:
Além dos Sintomas: Uma Abordagem Holística na Consulta Geriátrica